Biografia Wilson José Ribeiro

 

Um dos pioneiros do ministério Casa da Bênção, Wilson José Ribeiro nasceu no distrito de São Vicente, município de Baldim – MG, em 16 de junho de 1943. Acabou de completar 78 anos. É o sexto de nove irmãos,  todos cristãos.

Atualmente bispo do ministério Igreja Casa da Bênção, Wilson José Ribeiro concede, com exclusividade, parte da sua biografia.

 

Como foi sua infância?

Não foi fácil. Sofri com um problema de intestino que me deixou muito debilitado. Minha barriga era inchada. Meu pai me carregava nas costas, e andava mais ou menos seis quilômetros até o distrito de São Vicente, no município de Baldim, para levar-me à farmácia para ser medicado, pois sentia muitas dores. Isso foi entre os oito e doze anos. Com sete entrei para escola. Aos nove anos de idade passei para o terceiro ano, mas tive que parar de estudar porque meu pai faleceu. Ele havia se casado duas vezes e uma irmã por parte de pai e seu marido, enrolaram a minha mãe tomando tudo que era nosso. 

Nós mudamos para Belo Horizonte para um sofrimento ainda maior. Minha mãe foi esmolar para cuidar dos filhos. Eu tinha 10 anos. Aos 14 fui ser babá na casa de um primo meu, Geraldo Silvestre, ele até hoje é missionário em São Paulo, já está idoso. Então a minha vida entre os sete e quatorze anos não foi boa.

 

Quando teve em verdadeiro encontro com Deus?

Minha irmã havia se tornado médium num centro espírita, eu não concordava.  Levei ela para o centro e a entreguei na mão da mãe de santo para “desenvolver” e ajudar no centro.

 

Numa quarta-feira a noite cheguei em casa para levar minha irmã no centro, mas ela me disse que iria para igreja, pastores estiveram em casa, oraram por ela, pela minha mãe e ambas foram curadas e aceitaram a Jesus como salvador. Eu dei parabéns para minha irmã e dei uma desculpa para não ir a igreja. Meia noite, aquele demônio que trabalha lá no centro, apareceu para ela e a atormentou. Eu era católico, rezei e nada. Fui chamar o Geraldo Silvestre, meu primo que é missionário em São Paulo. Ele conhecia os pastores que foram em casa. Ele me levou. Cheguei na casa o pastor estava orando, e falei para ele: “O senhor foi na minha casa orar e minha irmã agora tá lá doida”.

 

Ele voltou conosco. Minha irmã gritando em cima da cama, o pastor começou a orar, estendeu a Bíblia em direção dela. Repreendeu toda obra do diabo, a minha irmã deu um grito dizendo “graças a Deus”. Eu tive uma visão, um clarão, uma luz forte, brilhou em cima do rosto da minha irmã e comecei a chorar. Aquela noite aceitei a Jesus, ajoelhei, fiz a oração de confissão, o pastor orou por mim. Eu não esqueço da oração forte e das palavras daquele pastor.

 

Como surgiu esse chamado para o ministério?

Eu era novinho na Casa da Benção, fui batizado, cantava na igreja. Comecei a frequentar a mocidade, cheguei a ser vice-presidente dos jovens, ajudando em todas as áreas e nas vigílias.

Num trabalho que o missionário Doriel fez num ginásio, ele perguntava quem queria trabalhar, para ir à frente para ele dar as orientações. Os obreiros, pastores iam e eu não era obreiro, mas fui. 

 

Ele olhou para mim, viu como eu estava vestido, cabelos grandes e perguntou o que estava fazendo ali. Eu disse que estava lá para trabalhar. Ele me deu um empurrão, Eu quase cai, e mandou embora. Já estava saindo quando ele gritou e mandou eu voltar, ele olhou bem nos meus olhos, com aquele olhar de águia, que ele tinha e me instruiu a ficar numa escada auxiliando os doentes que chegassem e não aguentava andar, colocar eles na ala dos doentes. Eu atendi. 

 

depois da pregação o missionário Doriel foi onde estavam os doentes, olhou para um homem que eu havia carregado, magro, tuberculoso, não conseguia andar de tão fraco, e orou por ele. Depois da oração o missionário pegou um copo com água, deu para o tuberculoso tomar meio copo e depois ele tomou a outra metade. Eu olhei aquilo eu disse: “Esse homem é doido”. E depois falou para ele fazer os exames e procurá-lo depois de uma semana para comprovar que estava curado. Passado uns 15 dias esse homem aparece na igreja, gordinho, com os exames comprovando que estava curado. 

 

Eu, agora obreiro, depois de um tempo fui dirigir a igreja no bairro Pirajá. No início eram seis pessoas, enfrentei muitas dificuldades ali. Trabalhando na vida material, eu tirei 6 meses de oração e jejum no monte para Deus me dar vitória. Depois de 6 meses o salãozinho  encheu. Eu batizei 80 pessoas naquele bairro e fui consagrado a evangelista.

 

O senhor estava numa das primeiras concentrações evangelísticas feitas pelo apóstolo Doriel. Como foi aquele dia?

Foi muito forte! Hoje onde é a rodoviária de Belo Horizonte era uma praça e o missionário fez uma concentração. Eram mais ou menos dez mil pessoas, e eu cantei naquele dia. E depois da pregação o missionário foi orar. Ele bradou e falou: “Deus”! E gritou outra vez e começou a repreender e os endemoniados começaram a gritar. Eu observei uma pessoa cega a minha esquerda. E os demônios se manifestando e o missionário Doriel orando. Quando ele acabou de orar o cego que estava ao meu lado tinha sido curado, isso me marcou.

 

Como se confirmou o seu chamado?

Eu trabalhava secularmente, mas sentia meu coração queimando, era Deus mandando largar tudo, mas não sabia como fazer. Então entrei numa consagração e jejum de três dias, de uma quinta meia-noite a domingo meia-noite. No sábado o missionário Doriel me liga e me chama para orar com ele e uma equipe de homens selecionados numa vigília.

 

Não havia contado a ninguém sobre o meu propósito. Fui para a vigília e Deus  se manifestou para mim  de um forma diferente, sobrenatural, renovando minhas forças. 

Quando termina a vigília o missionário Doriel vira para mim a manda fazer o programa das 6h da rádio Guarani, pois era o que estava mais forte. Continuava em Jejum. O programa de rádio foi sobrenatural, Deus agiu poderosamente. Gente curada por meio do rádio, foram muitos testemunhos.

 

Saí da rádio e passei o domingo em oração. A noite, na igreja do Pirajá, Deus encheu aquela igreja, salvou, curou, transformou, abalou aquele lugar. Enquanto pregava não sentia meus pés tocar o chão. O povo começou chorar. Quando terminou o culto as pessoas me disseram que tinha uma nuvem debaixo dos seus pés  e eu andava sobre ela. Ai  entendi o porque eu não sentia os pés no chão. A meia-noite entreguei o jejum. A presença de Deus era muito forte, ouvia Ele nitidamente me admoestando a dedicar tempo integral à igreja.

 

Na segunda-feira, saio para trabalhar e no ônibus mais uma experiência forte com Deus. 

Quando chego no elevador do escritório, uma nuvem descendo chega perto de mim, se transforma numa pessoa toda de branco em pé. Na minha mente foi Jesus. Ele apontou para mim e falou: “Eu estou dentro de você! Eu estou te chamando! Você não crê que eu Estou dentro de você?”  eu respondi no coração: “Creio”!. “Por que você não me obedece? estou te chamando, larga tudo para dedicar a mim”. Então decidi e em meu coração falei: “Senhor a partir de hoje nunca mais trabalho secularmente, tu é responsável por mim”. Quando eu falo assim a pessoa de branco deu um sorriso se transformou em nuvem e sumiu.

 

Subi ao escritório, as pessoas olhavam para mim e se arrepiavam. Fui conversar com patrão e falei que a partir daquele dia não trabalhava mais lá, e completei que ia empregar meu irmão no meu lugar. Depois daquela visão, eu dava a ordem, eu que era o patrão, entendi assim. E foi o que eu fiz.

 

Como foi seu namoro e casamento com a missionária Graça?

Eu tinha proposto no meu coração, como Jesus não casou também não vou casar. Mas Deus não permitiu isso e me prometeu uma companheira, e seria no momento que eu nem me preocupasse. O tempo passou, eu trabalhando, a igreja crescendo. E num culto muito poderoso eu vejo uma nuvem descer e pairar sobre a cabeça da missionária Graça e falar comigo que ela era minha companheira. Mas eu pedia a Deus mais um sinal. Depois de algum tempo chega de Manaus o missionário Paulo Resende, fizemos três dias de jejum. E  fala que Jesus mostrou a ele a minha companheira. No dia seguinte à noite o povo ajoelhado orando, ele aponta a missionária Graça, ele me chama no escritório da igreja e com o semblante fechado ele me questionou afirmando que o Senhor já havia me mostrado, eu ri, ele deu uma gargalhada que lhe era peculiar, nos abraçamos confirmando o fato. 

Mandei uma carta ao missionário Doriel relatando e o consultando. E em sua resposta ele diz que se Deus me havia mostrado eu não deveria temer e enumerou as qualidades que como serva de Deus deveria ter. Ao ler as qualidades era exatamente o que a missionária Graça era e é. Passaram alguns dias chamei ela e sua mãe expliquei e pedi ela em casamento. Ela disse que também Deus havia me mostrado a ela. E marquei o casamento para depois de seis meses e quem fez o meu casamento foi o missionário Doriel.     

 

Como foi sua ida para Juiz de Fora?

Meu chamado para Juiz de Fora teve início na cidade de Vespasiano em Minas Gerais. Em uma vigília, eu e presbítero Gaudêncio que entregou uma profecia dizendo que Deus me enviava à Juiz de Fora.  Fui para o monte orar, três dias de oração, quando terminei os 3 dias no monte fui à Belo Horizonte, e recebi essa confirmação por meio de uma irmã, santa mulher de Deus e completou que dois anjos me aguardavam e me fizeram diversos alertas, mas daria vitória e prosperidade aos que permanecessem firmes. Voltei para cidade de Sta. Luzia. Chegando lá, um irmão, adolescente Geraldo de Souza foi arrebatado a igreja estava em oração e jejum, então eu pedi quatro obreiros que deitasse ele no altar da igreja e o deixassem ali de meio dia até meia noite, a meia noite ele abriu os olhos e parecia que era um anjo, falando em novas línguas, parou de falar e ficou mudo e por sinal pedindo uma caneta e papel, eu lhe dei e começou escrever, descrevendo Juiz de fora, depois eu peguei ele e viajei pra conferir o que ele viu e escreveu, então não tive mais dúvidas.

 

Como surgiu a igreja em Juiz de Fora?

Contei ao missionário Doriel de Oliveira, em detalhes os fatos. Ele se preparava então para ir pra Brasília implantar a igreja e eu iria com ele, mas Deus me revelou Juiz de Fora, o missionário creu e me abençoou e assim eu vim para Juiz de fora, faltando uma semana para completar meus 27 anos e fui para o monte em Juiz de Fora em três dias de oração com jejuns e pedindo almas, milagres, curas e libertação. Comigo estava o Ev. Jair de Oliveira, hoje nosso Apóstolo. muitos fatos aconteceram naquele monte, inclusive a atuação dos dois anjos revelados. Após três dias no monte, fomos visitar o prefeito e o delegado da cidade, com cartas e credenciais e disse que iríamos abrir a igreja. A época o prefeito era o Itamar Franco que se tornaria o presidente do país, continuamos orando, de 15 de Junho a agosto e abrimos a igreja em 09 de agosto de 1970. Inauguramos com 150 pessoas às 15h.

 

Um sonho a ser realizado.

Em Juiz de Fora temos 35 igrejas e mais cinco igrejas ligadas a superintendência, ou seja, 40 igrejas.  Meu sonho são de 150 igreja em Juiz de Fora, e, dentro desta visão, estamos orando, buscando a Deus. Temos um trabalho no centro da cidade focado nessa visão,  se chama Missão Encontro com a Vida, é o Centro evangelístico da Casa da Bênção; de lá já foram levantadas algumas igrejas e pretendemos chegar a 150 dentro dessa visão de libertação. E a menor igreja terá 100 pessoas tomando santa Ceia.