Provérbios11:24
A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.

Introdução
Repita comigo: Deus se lembrou de Ana e se lembrará de mim também! Hoje quero falar com você sobre como podemos ser justos ou injustos em relação às expectativas de Deus em relação à entrega ou não de um voto à Ele. Os conceitos e definições que trazemos em nossa mente e que determinam nossas atitudes devem ser avaliadas corretamente para que não venhamos tropeçar no caminho em que estamos por não termos o conceito correto. A pergunta que surge agora é: O que significa ser justo? A definição mais clara e direta é a seguinte: Justo é aquele que é preciso em seu raciocínio (avaliações honestas) para tomar uma decisão imparcial, ou seja, sem favorecimentos para nenhum dos lados envolvidos em uma questão.

Ser justo não é ser bom, mas é ter a atitude correta. É possivel você ser uma pessoa boa e ao mesmo tempo, sua atitude pode revelar um comportamento inadequado ou injusto diante dos fatos. Como isso é possivel, ser bom e injusto ao mesmo tempo? Quando favoreço quem não deveria favorecer naquele momento, movido por um sentimento de dó e pena, quando deveria me posicionar ao lado da verdade.
O que me chama muito atenção é que quando o personagem da história somos nós e temos que nos posicionar numa situação, somos injustos com qualquer um para nos defender.

Agora, o que mais me impressiona é que somos capazes de fazer a mesma coisa em relação a Deus, quando temos que tomar uma decisão, focamos em nós nas avaliações que fazemos, principalmente quando a questão é fazer e entregar um voto. Quase sempre somos bons para nós apresentando justificativas até certo ponto consideradas, porém injustas quanto a Deus.

1 – Ananias e Safira – At. 5:1-10

1 Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, 2 mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos. 3 Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? 4 Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5 Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. 6 Levantando-se os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram. 7 Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. 8 Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto. 9 Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão. 10 No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido.

O voto de Ananias e Safira ficou marcado pela falta de justiça, foram injustos em relação a Deus e favoravéis a eles. Ao tomarem nas mãos o dinheiro da venda do imóvel, foram justos com eles e não com Deus. Viram naquele dinheiro do voto uma possibilidadde de realizarem algo de bom em seu favor. Ao se tornarem justos para si, foram injustos em relação a Deus.
Provavelmente no dia 14 de dezembro, quando vamos colocar o nosso voto no altar seremos tentados pelo diabo para pensar antes de qualquer coisa em nós. Poderemos chegar aqui com a mão vazia dizendo que não temos, quando temos, ou com a menor parte daquilo que tenhamos prometido.

2 – Abel e Caim – Gen.4:1-5

1 Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do SENHOR. 2 Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. 3 Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 4 Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta; 5 ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.

Esta é uma parte da história de Abel e Caim que quase ninguém conhece, conhecemos bem a morte de Abel pelas mãos do irmão. Vamos entender o que houve aqui: Abel era pastor de ovelhas e Caim lavrador da terra. No dia de oferecer o sacrifício anual, Abel vai até ao pasto e pega a melhor de suas ovelhas e Caim vai até a lavoura e pega o pior do fruto da terra. Abel foi justo, porém Caim foi injusto no altar. Deus olhou para Abel e sua oferta, mas para Caim não fez o mesmo. Deus não olhou para Caim. Nós até podemos dizer que é um sacrifício o voto que estaremos pagando, porém Deus está vendo o que escondemos e não entregamos. Caim tinha o melhor e oferceu um voto do pior que tinha, enquanto Abel tinha ovelhas velhas, fracas, doentes e improdutivas, mas ofereceu à Deus a melhor. Abel foi justo com Deus, este é o tipo de voto que abre o céu.

3 – Ana – I Sam. 1:5

5 A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o SENHOR a houvesse deixado estéril.

Vimos semana passada que Ana era uma mulher triste e vivia amargurada porque não podia ser mãe, e sua rival a irritava porque dava filhos ao seu marido. O que nos chama bastante atenção é que Ana anualmente entregava sacrifícios no altar, porém não tinha nenhum resultado. Por que? A oferta de Ana tinha nome de sacrifício mais não era, ela colocava no altar do que seu marido a dava. Portanto, não tinha valor algum diante de Deus. Porém, no ano em ela decidiu tirar de si mesma, Deus se lembrou dela e lhe deu o que tinha pedido. Ana foi justa com Deus e injusta consigo mesma, a Bíblia declara que Deus é um Deus justo e que ama a justiça.
Provavelmente você por inúmeras vezes como Ana, tem ofertado de várias maneiras, mas de forma favorável a você, e não a Deus. Neste sacrifício anual seja desfavorável a você, injusto consigo mesmo ao entregar um voto que a principio vai te fazer falta e pesar no seu bolso, mas saiba que Deus julga cada atitude nossa segundo a Sua reta justiça.

4 – O voto inútil – Mal.1:6-10

6 O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? 7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível. 8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o SENHOR dos Exércitos. 9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? – diz o SENHOR dos Exércitos. 10 Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta.

Um voto não é uma oferta de ajuda à obra de Deus. Um voto fará Deus se lembrar de você! Creia, este é o poder de um voto, ele é um sacrifício porque vai custar alguma coisa para você neste final de ano.
O texto que lemos acima, fala do desprezo e descaso que aquela geração de israelitas teve por Deus, em como eles nos dias de Malaquias tratavam a questão do sacrifício no altar (o que não servia para eles), uma completa injustiça, favoreciam a eles ficando com o que prestava e fazendo voto com o que não servia mais. O texto é claro ao dizer que Deus não recebia o voto. As pessoas não eram justas com Ele, seus supostos votos não abriam portas e não produziam milagres.

Conclusão

Prov.11:24 A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.
Este texto por si só, sem longos comentários, fala das perdas que temos quando somos justos conosco e injusto com Deus quando do momento em que vamos fazer e entregar um voto. A injustiça produz perdas irreparavéis. O sábio escreve que que quem retém mais do que é justo é para sua própria perda.
Não vamos falhar no dia 14 jogando dinheiro fora ao entregar um voto, fazer um sacrifício injusto com Deus é justo conosco.